segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Rio de Janeiro aos 12 anos


Aos 12 anos, no mês de fevereiro de 1963, chegamos ao Rio de Janeiro, após uma viagem de dois dias e meio, na qual experimentamos uma quebra de ônibus e a minha primeira hospedagem em hotel, de beira de estrada, mas um hotel. Maninha com seus sete anos teve uma indisposição e chegou a ficar com febre, assustando mainha.
Nossa chegada foi no antigo terminal rodoviário do Rio de Janeiro, na Praça Mauá, e o translado até a Tijuca, foi marcado pelo canal da av. Presidente Vargas. Nossa vinda para o Rio de Janeiro aconteceu porque mainha não queria mais viver com painho, e a solução foi tentar a vida no sul, como todo nordestino faz, ela viria trabalhar como cozinheira na casa de uma senhora que possuía um colégio e um internato.
Foi nesse lugar que nós passamos alguns anos, eu e maninha estudávamos no Braga Carneiro, e realizávamos pequenas tarefas no internato, mainha cozinhava para o batalhão que era os alunos do internato (almoço, janta e café da manhã).
As famílias Braga Carneiro e Braga de Morais moravam na mesma casa e conduziram nossa educação muito bem, Elvira era viúva e proprietária do Colégio e Internato, Ezyr, irmã da Elvira conduzia o colégio com mão de ferro, mantendo a disciplina no mais alto padrão da época, tornando o Braga Carneiro um dos melhores colégio da Tijuca. Eu e minha irmã fizemos o primário no Braga, o ginásio eu fiz no Instituto La-Fayette, e minha irmã no Colégio Municipal Lourenço Filho.
O curso de eletrotécnica, na Escola Técnica Celso Suckow da Fonseca, foi meu desafio seguinte, não só pelo concurso de admissão, verdadeiro pré vestibular da época, como pelos três anos de estudos na escola. Maninha ganhou um passe direto para o Instituto de Educação, mas não concluiu por não gostar do que estava estudando.
Final de Ano era uma maravilha, não só pelo final das aulas, mas por que tinha as festas de fim de ano. Na casa de Elvira e Ezyr as famílias se reuniam no Natal para as trocas de presentes e as crianças se deliciarem com a presença de papai Noel. Após as festas, tínhamos as férias de verão e o destino era Pedra de Guaratiba, lá Elvira tinha uma casa de veraneio, onde passávamos o verão realizando pescarias e colhendo mangas.
Pedra de Guaratiba banhada pela baia de sepetiba é uma colônia de pescadores, eu e Ezyr, pescávamos utilizando tarrafas, puçás e rede de arrasto, a quantidade de siri e camarão fazia a alegria da família e nossa também.
Fora das férias minha outra paixão era o futebol, maracanã aos domingos, ver o mengão. Nós morávamos próximo ao maracanã e a ida até o estádio era feita a pé, alias era o mesmo caminho para escola técnica. As festinhas com os amigos, onde se consumia cuba - livre ou samba, e as lanchonetes da Praça Saens Pena após as festinhas quando a bebedeira permitia ou após maracá, para refazer as energias gastas e comentar o jogo.
Em 1972 ingressei na Light S/A onde trabalhei por 30 anos, maninha passou no concurso para o BANERJ, onde se aposentou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário