Aos 4 anos no ano de 1954 em Salvador, rezei para todos os santos das novenas, para que eles me descem um irmão.
As novenas em Salvador ocorrem em junho, e as orações são para Santo Antonio, São João e São Pedro, duram nove dias, e após as orações, os fieis se reunião para conversar e saborear os quitutes da boa terra caruru acarajés abará e eventualmente vatapá.
Estava cansado de ser sozinho, e precisava de alguém para compartilhar as brincadeiras de bola de gude, e bola de meia.
Quanto eu tinha cinco anos, recebi meu presente, só que em vez de um irmão, veio uma irmã. Linda foi como mainha a chamou. Ela nasceu em 02 de agosto de 1955, não tenho lembrança de quando era bebê, mais depois que começou a andar, só vivia grudada no meu pé. Prá todo lugar que eu ia Linda estava comigo.
Perto da casa onde morávamos, Rua Vitor Meirelles, 95 no bairro do Garcia, onde hoje passa Av. Centenário, bem próximo ao túnel, existia um riacho, onde eu e alguns amigos costumávamos a caçar gia, nessa aventura, Linda acabou cortando o pé num caco de vidro, obtendo assim sua primeira cicatriz das muitas que ela arranjou seguindo o irmão.
Nesse período de nossa vida até 1962, Linda jogava bola comigo nas obras de abertura da avenida centenário, catávamos nos brejos, e terrenos sem construção garrafas e litros vazios para vender e obter dinheiro para ir ao cinema. O cinema próximo da nossa casa situava-se no anexo ao Colégio Antonio Vieira.
Ainda nesse tempo, experimentei meus primeiros trabalhos, após as aulas na escola pública Braz do Amaral, realizava tarefas numa pequena serralheria enfrente a minha casa, onde cortava pedaços de ferro para confecção de cadeiras, e trabalhava como carvoeiro enchendo sacos de carvão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário