quinta-feira, 29 de setembro de 2011

A Terra: planeta de provas e expiações

THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
Curitiba, Paraná (Brasil)  
A Terra: planeta de provas e expiações
As respostas correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final do texto abaixo.
Questões para debate
1. Por que na Terra o homem vive a braços com tantas misérias?
2. Quem são os habitantes do planeta Terra?
3. Que tipo de progresso experimentam os planetas?
4. Qual é a destinação futura da Terra?
5. De que modo se operará a transformação de nosso planeta?

 Texto para leitura
A Terra e seus habitantes
1. Vimos em ocasião anterior que os mundos dividem-se em cinco categorias e que, nos chamados mundos de expiação e provas, que é a atual condição da Terra, o mal predomina. Essa é a razão por que neste planeta o homem vive a braços com tantas misérias.
2. Na Terra, diz Santo Agostinho (Espírito), os Espíritos em expiação são, se assim se pode dizer, seres estrangeiros, indivíduos que já viveram em outros mundos. Entretanto, nem todos os Espíritos que se encarnam neste planeta vêm para ele em expiação. Os povos chamados selvagens são formados de Espíritos que apenas saíram da infância espiritual e que na Terra se acham, por assim dizer, em curso de educação, para se desenvolverem pelo contacto com Espíritos mais adiantados.
3. Vêm depois delas as coletividades semicivilizadas, constituídas desses mesmos Espíritos em via de progresso. São elas, de certo modo, raças indígenas da Terra, que aqui se elevaram pouco a pouco, em longos períodos seculares.
A destinação futura da Terra
4. A felicidade não pode existir ainda na Terra porque, em sua generalidade, as criaturas humanas se encontram endividadas, intoxicadas, despreparadas, e não sabem contemplar a grandeza das paisagens que as cercam no planeta. Mas é encarnando-se aqui, neste globo, que a criatura edifica as bases da sua ventura real, pelo trabalho e pelo sacrifício, a caminho das mais sublimes aquisições para o mundo divino de sua consciência.
5. Um dia a Terra sairá do estágio de expiação e provas e passará para a condição de mundo de regeneração, porquanto este globo está, como tudo na Natureza, submetido à lei do progresso. A Terra progride, assim, material e moralmente.
6. Materialmente ou fisicamente, pela transformação dos elementos que a compõem. Moralmente, pela depuração dos Espíritos encarnados e desencarnados que a povoam. Esses progressos se realizam paralelamente, visto que o melhoramento da habitação guarda relação com o aprimoramento do habitante.
7. Fisicamente, o globo terráqueo tem experimentado transformações que o vêm tornando sucessivamente habitável por seres cada vez mais aperfeiçoados. Moralmente, a humanidade progride pelo desenvolvimento da inteligência, do senso moral e do abrandamento dos costumes. Para que a felicidade impere na Terra torna-se preciso, pois, que somente a povoem Espíritos bons, que somente ao bem se dediquem.
A geração futura
8. Havendo chegado o tempo, grande migração se verifica entre os planetas. Os que praticam o mal pelo mal, ainda não tocados pelo sentimento do bem, não mais sendo dignos do planeta transformado, são dele excluídos, porque sua presença constituiria obstáculo ao progresso. Irão tais Espíritos expiar, dessa forma, o endurecimento de seus corações em mundos inferiores, ou em raças existentes na Terra moralmente mais atrasadas. Substituí-los-ão Espíritos melhores, que farão reinem em seu seio a justiça, a paz e a fraternidade.
9. A Terra, no dizer dos Espíritos, não terá de transformar-se por meio de cataclismo que aniquile de súbito uma geração. A atual geração desaparecerá gradualmente e a nova lhe sucederá do mesmo modo, sem que haja mudança alguma na ordem natural das coisas. Em cada criança que nascer, em vez de um Espírito atrasado e inclinado ao mal, que antes nela encarnaria, virá um Espírito mais adiantado e propenso ao bem.
10. A época atual é de transição; confundem-se os elementos das duas gerações. Colocados no ponto intermédio, assistimos à partida de uma e à chegada de outra, já se assinalando cada uma, no mundo, pelos caracteres que lhes são peculiares.  Cabendo-lhe fundar a era do progresso moral, a nova geração se distinguirá por inteligência e razão geralmente precoces, juntas ao sentimento inato do bem e à crença espiritualista, o que constitui sinal indubitável de certo grau de adiantamento anterior.
11. A destinação imediata da Terra, segundo o Espiritismo, é tornar-se mundo de regeneração. Continuando, porém, no seu progresso ininterrupto, ela ascenderá a planos cada vez mais altos, até chegar à perfeição a que todos nós estamos destinados.
Respostas às questões propostas
1. Por que na Terra o homem vive a braços com tantas misérias? R.: R.: Como já vimos anteriormente, os mundos dividem-se em cinco categorias e nos chamados mundos de expiação e provas, que é a atual condição da Terra, o mal predomina. Essa é a razão por que neste planeta o homem vive a braços com tantas misérias.
2. Quem são os habitantes do planeta Terra? R.: Há na Terra, segundo Santo Agostinho (Espírito), três grupos de Espíritos: os que se encontram em regime de expiação, que já viveram em outros mundos; os que chamamos selvagens, Espíritos que apenas saíram da infância espiritual e que na Terra se acham, por assim dizer, em curso de educação, para se desenvolverem pelo contacto com Espíritos mais adiantados, e, por fim, os povos semicivilizados, constituídos desses mesmos Espíritos em via de progresso e que são, de certo modo, criaturas que vivem há muito tempo na Terra e que aqui se elevaram pouco a pouco, em longos períodos seculares.
3. Que tipo de progresso experimentam os planetas? R.: Os planetas progridem material e moralmente. Materialmente, pela transformação dos elementos que os compõem. Moralmente, pela depuração dos Espíritos encarnados e desencarnados que os povoam. Esses progressos se realizam paralelamente, visto que o melhoramento da habitação guarda relação com o aprimoramento do habitante.
4. Qual é a destinação futura da Terra? R.: A Terra sairá, um dia, do estágio de expiação e provas e passará para a condição de mundo de regeneração, porquanto este globo está, como tudo na Natureza, submetido à lei do progresso. Do ponto de vista material, o globo terráqueo tem experimentado transformações que o vêm tornando sucessivamente habitável por seres cada vez mais aperfeiçoados, mas, para que a felicidade impere na Terra, torna-se preciso que somente a povoem Espíritos bons, que somente ao bem se dediquem.
5. De que modo se operará a transformação de nosso planeta? R.: A Terra não terá de transformar-se por meio de cataclismo que aniquile de súbito uma geração. A atual desaparecerá gradualmente e a nova lhe sucederá do mesmo modo, sem que haja mudança alguma na ordem natural das coisas. Em cada criança que nascer, em vez de um Espírito atrasado e inclinado ao mal, que antes nela encarnaria, virá um Espírito mais adiantado e propenso ao bem.
Bibliografia: O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, cap. 3, itens 4, 6, 13,

terça-feira, 27 de setembro de 2011

O sono e os sonhos

O que fazemos quando dormimos? Que são os sonhos?
O sono liberta, em parte, a alma do corpo. Quando dormimos, estamos momentaneamente no estado em que o homem se encontra após a morte. Os Espíritos que logo se desligam da matéria, quando desencarnam, têm um sono consciente. Durante o sono, reúnem-se à sociedade de outros seres superiores e com eles viajam, conversam e se instruem; trabalham até mesmo em obras que depois encontram prontas, quando, pelo desencarne, retornam ao mundo espiritual. Isso deve vos ensinar uma vez mais a não temer a morte, uma vez que morreis todos os dias, segundo a palavra de um santo. Isso para os Espíritos elevados; mas para o grande número de homens que, ao desencarnar, devem permanecer longas horas nessa perturbação, nessa incerteza da qual já vos falaram, esses vão, enquanto dormem, a mundos inferiores à Terra, onde antigas afeições os evocam, ou vão procurar prazeres talvez ainda mais baixos que os que têm aí; vão se envolver com doutrinas ainda mais desprezíveis, ordinárias e nocivas que as que professam em vosso meio. O que gera a simpatia na Terra não é outra coisa senão o fato de os homens, ao despertar, se sentirem ligados pelo coração àqueles com quem acabaram de passar de oito a nove horas de prazer. Isso também explica as antipatias invencíveis que sentimos intimamente, porque sabemos que essas pessoas com quem antipatizamos têm uma consciência diferente da nossa e as conhecemos sem nunca tê-las visto com os olhos. Explica ainda a nossa indiferença, pois não desejamos fazer novos amigos quando sabemos que há outras pessoas que nos amam e nos querem bem. Em uma palavra, o sono influi mais na vossa vida do que pensais. Durante o sono, os Espíritos encarnados estão sempre se relacionando com o mundo dos Espíritos e é isso que faz com os Espíritos Superiores consintam, sem muita repulsa, em encarnar entre vós. Deus quis que em contato com o vício eles pudessem se renovar na fonte do bem, para não mais falharem, eles, que vêm instruir os outros. O sono é a porta que Deus lhes abriu para entrarem em contato com seus amigos do céu; é o recreio após o trabalho, enquanto esperam a grande libertação, a libertação final que deve devolvê-los a seu verdadeiro meio.
O sonho é a lembrança do que o Espírito viu durante o sono; mas notai que nem sempre sonhais, porque nem sempre vos lembrais do que vistes, ou de tudo o que vistes. É que vossa alma não está em pleno desdobramento. Muitas vezes, apenas fica a lembrança da perturbação que acompanha vossa partida ou vossa volta, à qual se acrescenta a do que fizestes ou do que vos preocupa no estado de vigília; sem isso, como explicaríeis esses sonhos absurdos que têm tanto os mais sábios quanto os mais simples? Os maus Espíritos se servem também dos sonhos para atormentar as almas fracas e medrosas.
Além disso, vereis dentro em pouco se desenvolver uma outra espécie de sonhos1; ela é tão antiga quanto a que já conheceis, mas a ignorais. O sonho de Joana D’arc2, o sonho de Jacó3, o sonho dos profetas judeus e de alguns adivinhos indianos; esse sonho é a lembrança da alma quase inteiramente desligada do corpo, a lembrança dessa segunda vida de que falamos.
Procurai distinguir bem essas duas espécies de sonho dentre os que vos lembrais; sem isso, caireis em contradições e erros que serão funestos à vossa fé.
Os sonhos são o produto da emancipação da alma, que se torna mais independente pela suspensão da vida ativa e de convivência. Daí uma espécie de clarividência indefinida, que se estende aos lugares mais afastados ou jamais vistos e algumas vezes até a outros mundos; daí ainda a lembrança que traz à memória acontecimentos realizados na existência atual ou em existências anteriores; a estranheza das imagens do que se passa ou do que se passou em mundos desconhecidos, misturadas com coisas do mundo atual, formam esses conjuntos estranhos e confusos que parecem não ter sentido nem ligação entre si.
A incoerência dos sonhos se explica ainda por lacunas que a lembrança incompleta do que nos apareceu em sonho produz. Isso seria como numa narração a qual se tenham truncado frases ao acaso, ou parte de frases; os fragmentos restantes reunidos perderiam toda a significação. 

Do Livro dos Espíritos
Parte 2ª
Capitulo VIII

sábado, 24 de setembro de 2011

Convites à Caridade

“Filho, vai hoje trabalhar na minha Vinha.”
(Mateus: capítulo 21º, versículo 28.)


Enquanto a saúde enfloresce as tuas possibilidades de bem-estar, reserva um dia por mês, ao menos, para visitar os irmãos enfermos, que ressarcem pesados tributos pretéritos, muitas vezes em dolorosa soledade, com o espírito tomado de apreensões e angústias.
Companheiros tuberculosos que expungem em leitos de asfixiante espera,
em duros intervalos de hemoptises rudes.

Amigos leprosos em isolamento compulsório, acompanhando a dissolução dos tecidos que se desfazem em purulência desagradável.
Irmãos cancerosos sem esperança de recuperação orgânica entre dores e ásperas ansiedades.
Homens e mulheres em delírios de loucura ou presos por cruéis obsessões
coercitivas, longe da lucidez, à margem do equilíbrio, em desoladora situação.
Crianças surpreendidas por enfermidades que as ferreteiam impiedosamente, roubando-lhes o frescor juvenil e macerando-as vigorosamente.
Anêmicos e penfigosos, operados em situação irreversível e distônicos vários que enxameiam nos leitos dos hospitais públicos e particulares, nos Nosocômios de Convênio governamental ou em Clínicas diversas sob azorrague incessante.
Seja teu o sorriso de cordialidade franca, através da lembrança de uma palavra fraterna, de uma flor delicada, de uma pergunta gentil em que esteja expresso o interesse pela sua recuperação, de uma prece discreta ao lado do seu leito, de uma vibração refazente com que podes diminuir os males que in- quietam esses seres em necessário resgate.
Lembra-te, porém, que acima do bem que lhes possas fazer, a ti fará muito bem verificar o de que dispões e pouco consideras, bem precioso e de alto valor com que o Senhor te concede a honra de crescer: a saúde!
Vai desde hoje trabalhar na vinha do Senhor.
Caridade para com os que sofrem, em última análise é caridade para contigo mesmo.

Do Livro – Convites da Vida
Divaldo Pereira Franco
Pelo Espírito – Joanna de Ângelis

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Desgosto da vida. Suicídio

Pobres Espíritos, que não têm coragem de suportar as misérias da existência! Deus ajuda aqueles que sofrem, e não aos que não têm força nem coragem. As aflições da vida são provas ou expiações; felizes aqueles que as suportam sem queixas, porque serão recompensados! Infelizes, ao contrário, os que esperam sua salvação do que, na incredulidade deles, chamam de acaso ou sorte! O acaso ou a sorte, para me servir da vossa linguagem, podem, de fato, favorecê-los transitoriamente, mas é para fazê-los sentir mais tarde e mais cruelmente o vazio dessas palavras.
Aquele que tira a própria vida para escapar da vergonha de uma má ação prova que tem mais estima aos homens do que a Deus, porque vai entrar na vida espiritual carregado de suas maldades, tendo-se privado dos meios de repará-las durante a vida. Porém, sendo a Providência divina mais benévola do que os homens na sua justiça, perdoa pelo arrependimento sincero e leva em conta nossa reparação. Mas o suicídio nada repara.
Todo sacrifício do homem à custa de sua própria felicidade é um ato soberanamente meritório perante Deus, porque é a prática da lei de caridade. Portanto, sendo a vida o bem terreno ao qual o homem atribui maior apreço, aquele que renuncia a isso pelo bem de seus semelhantes não comete nenhum atentado: é um sacrifício que realiza. Mas, antes de realizá-lo, deve refletir se sua vida não será mais útil que sua morte.
Do Livro dos Espírito
Parte 4º
Capitulo I

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Rio de Janeiro aos 12 anos


Aos 12 anos, no mês de fevereiro de 1963, chegamos ao Rio de Janeiro, após uma viagem de dois dias e meio, na qual experimentamos uma quebra de ônibus e a minha primeira hospedagem em hotel, de beira de estrada, mas um hotel. Maninha com seus sete anos teve uma indisposição e chegou a ficar com febre, assustando mainha.
Nossa chegada foi no antigo terminal rodoviário do Rio de Janeiro, na Praça Mauá, e o translado até a Tijuca, foi marcado pelo canal da av. Presidente Vargas. Nossa vinda para o Rio de Janeiro aconteceu porque mainha não queria mais viver com painho, e a solução foi tentar a vida no sul, como todo nordestino faz, ela viria trabalhar como cozinheira na casa de uma senhora que possuía um colégio e um internato.
Foi nesse lugar que nós passamos alguns anos, eu e maninha estudávamos no Braga Carneiro, e realizávamos pequenas tarefas no internato, mainha cozinhava para o batalhão que era os alunos do internato (almoço, janta e café da manhã).
As famílias Braga Carneiro e Braga de Morais moravam na mesma casa e conduziram nossa educação muito bem, Elvira era viúva e proprietária do Colégio e Internato, Ezyr, irmã da Elvira conduzia o colégio com mão de ferro, mantendo a disciplina no mais alto padrão da época, tornando o Braga Carneiro um dos melhores colégio da Tijuca. Eu e minha irmã fizemos o primário no Braga, o ginásio eu fiz no Instituto La-Fayette, e minha irmã no Colégio Municipal Lourenço Filho.
O curso de eletrotécnica, na Escola Técnica Celso Suckow da Fonseca, foi meu desafio seguinte, não só pelo concurso de admissão, verdadeiro pré vestibular da época, como pelos três anos de estudos na escola. Maninha ganhou um passe direto para o Instituto de Educação, mas não concluiu por não gostar do que estava estudando.
Final de Ano era uma maravilha, não só pelo final das aulas, mas por que tinha as festas de fim de ano. Na casa de Elvira e Ezyr as famílias se reuniam no Natal para as trocas de presentes e as crianças se deliciarem com a presença de papai Noel. Após as festas, tínhamos as férias de verão e o destino era Pedra de Guaratiba, lá Elvira tinha uma casa de veraneio, onde passávamos o verão realizando pescarias e colhendo mangas.
Pedra de Guaratiba banhada pela baia de sepetiba é uma colônia de pescadores, eu e Ezyr, pescávamos utilizando tarrafas, puçás e rede de arrasto, a quantidade de siri e camarão fazia a alegria da família e nossa também.
Fora das férias minha outra paixão era o futebol, maracanã aos domingos, ver o mengão. Nós morávamos próximo ao maracanã e a ida até o estádio era feita a pé, alias era o mesmo caminho para escola técnica. As festinhas com os amigos, onde se consumia cuba - livre ou samba, e as lanchonetes da Praça Saens Pena após as festinhas quando a bebedeira permitia ou após maracá, para refazer as energias gastas e comentar o jogo.
Em 1972 ingressei na Light S/A onde trabalhei por 30 anos, maninha passou no concurso para o BANERJ, onde se aposentou.

sábado, 17 de setembro de 2011

Vida Contemplativa e A prece

Vida Contemplativa
Não fazer o bem já é um mal. Deus quer que o homem pense nele, mas não quer que só nele pense, pois que lhe impôs deveres a cumprir na Terra. Quem passa todo o tempo na meditação e na contemplação nada faz de meritório aos olhos de Deus, porque vive uma vida toda pessoal e inútil à humanidade e Deus lhe pedirá contas do bem que não houver feito.

A prece
A prece é sempre agradável a Deus, quando ditada pelo coração, pois para ele, a intenção é tudo. Assim, preferível lhe é a prece do íntimo à prece lida, por muito bela que seja, se for lida mais com os lábios do que com o coração. Agrada-lhe a prece, quando dita com fé, com fervor e sinceridade. Mas, não creiais que o toque a do homem fútil, orgulhoso e egoísta, a menos que signifique, de sua parte, um ato de sincero arrependimento e de verdadeira humildade.
A prece é um ato de adoração. Orar a Deus é pensar nele; é aproximar-se dele; é pôr-se em comunicação com ele. A três coisas podemos propor-nos por meio da prece: louvar, pedir, agradecer.
O essencial não é orar muito, mas orar bem. A ineficácia, em tais casos, não é do remédio, sim da maneira por que o aplicam.
Do livro dos espíritos
Parte 3ª
Capitulo II

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Temor da Morte


Um homem carnal, mais preso à vida corpórea do que à vida espiritual, tem na Terra, pensas e gozos materiais. Sua felicidade consiste na satisfação fugaz de todos os seus desejos. Sua alma, constantemente preocupada e angustiada pelas vicissitudes da vida, se conserva numa ansiedade e numa tortura perpétuas. A morte o assusta, porque ele duvida do futuro e porque tem de deixar no mundo todas as suas afeições e esperanças.
O homem moral, que se colocou acima das necessidades factícias criadas pelas paixões, já neste mundo experimenta gozos que o homem material desconhece. A moderação de seus desejos lhe dá ao Espírito calma e serenidade. Ditoso pelo bem que faz, não há para ele decepções e as contrariedades lhe deslizam por sobre a alma, sem nenhuma impressão dolorosa deixarem.
Temor da Morte
Livro dos Espíritos
Parte 4º Capítulo I

Leis de Amor

1 - Podemos avaliar as nossas existências passadas, somente através de lutas e provações?
- Não nos fala o pretérito exclusivamente através das provas que nos aguilhoam a vida.

2 - A profissão nos concede oportunidades de reajuste?
- Observamos as oportunidades de reajuste e aperfeiçoamento que o mundo nos concede na esfera da profissão. A criatura renasce, gravitando para o campo de serviço em que se lhe afinam disposições e tendências.

3 - A que critério obedece à colocação da inteligência no campo profissional?
- Cada inteligência é situada no lugar em que possa produzir mais e melhor.

4 - É a fatalidade que faz a pessoa escolher determinada profissão?
- Certamente que a situação da personalidade em determinada carreira não obedece à fatalidade. Livre-arbítrio no mundo interior comanda sentimentos e idéias, palavras e atos do Espírito, constantemente.

5 - Quando podemos renovar o destino?
- Todo dia é tempo de renovar o destino.

6 - Podemos, sem dificuldade, renovar o destino, hoje mesmo?
- Sim. Na esfera dos deveres comuns, o Espírito granjeia, através de abnegações e serviço espontâneo; valiosos recursos de ação, de modo a refundir, facilmente, os próprios caminhos.

7 - A Lei Divina apresenta meios especiais de proporcionar-nos corrigenda e libertação?
- Somos defrontados nas atividades profissionais de hoje como antigos devedores da Lei, chamados a funcionar no trabalho ou nas obras em que eles próprios faliram ontem, com dilatadas possibilidades de obtenção do próprio resgate; quase sempre aqueles mesmos junto dos quais se verificaram nossos próprios delitos ou deserções em existências passadas. Em nosso benefício, a Lei nos faculta empreendimentos e obrigações junto deles, a fim de que possamos antipatias e inibições,  respirando-lhes o clima e renteando- lhes a presença.

8 - O que fazem freqüentemente, hoje, os pensadores que ontem intoxicaram a mente popular?
- Pensadores que antigamente corrompiam a mente popular com as depravações de espírito já em via de autoburilamento, formam agora os professores laboriosos, aprendendo a ministrar disciplinas, à custa do próprio exemplo.

9 - E os antigos conquistadores militares que praticaram excessos?
- Tiranos que não vacilaram em forjar a miséria física e moral dos semelhantes, na exaltação dos princípios subalternos em que se envileciam, voltam, depois das medidas iniciais da própria corrigenda, na condição de administradores capacitados à distribuição de valores e tarefas edificantes.

10 - E os dominadores políticos que dilapidaram a confiança do povo?
- Políticos que dilapidaram a confiança do povo, quando já situados nas linhas do reajuste, retornam, no comércio ou na agricultura, com valiosa oportunidade de transpirar no auxílio àquelas mesmas comunidades que deprimiram.

11 - E os guerreiros e soldados?
- Guerreiros e soldados que se valiam das armas para assegurarem imunidade aos instintos destruidores quando internados na regeneração começante, transfiguram-se em mecânicos e operários modeladores, dignificando o metal e a madeira que eles próprios perverteram em outras épocas.

12 - E os carrascos rurais?
- Verdugos rurais, agiotas desnaturados, defraudadores da economia pública e mordomos do solo, convertidos em agentes do futuro, modificados ao toque do bem, volvem na posição de servidores limitados da gleba, quando de sol a sol, no pagamento das dívidas, a que se empenharam, imprevidentes.

13 - E as mulheres que se ocuparam da maledicência e da intriga?
- Mulheres distintas que se ocuparam da maledicência e da intriga, prejudicando a liberdade e progresso, após reconhecerem os próprios erros, tornaram, em regime de transitório cativeiro, ao recinto doméstico, aprisionadas em singelas obrigações, junto às caçarolas e tanques de lavar. enteando- lhes a presença.

14 - O que significa, enfim, para nós, o trabalho que a Terra nos dá?
- Refletimos na situação em que o presente nos coloca e encontraremos dentro dela os sinais do passado e usando-a, na apenas em nosso favor, mas em favor de todos aqueles que se aproximarem de nós, reconheceremos, no trabalho que a vida nos oferece, iluminada porta libertadora para o grande futuro.