Quem
simpatiza ou concorda com os princípios da Doutrina Espírita compreende que a
reencarnação é uma das evidências da justiça de Deus. É com a reencarnação que
os espíritos têm a possibilidade de rever seus pensamentos e ações, com o
intuito de melhorar comportamento, de evoluir. Partindo dessa ideia, chega-se à
conclusão de que todos os espíritos passarão por tantas encarnações quantas
sejam necessárias para seu processo evolutivo.

Não
há fórmulas. O Espiritismo ensina que os espíritos devem fazer o máximo para
serem melhores em cada encarnação. Assim, a vida seguirá seu transcurso de
maneira natural – seja ela no mundo material ou espiritual – e a evolução irá
se efetivando.
Enquanto tivermos o nosso corpo e a alma se achar
mergulhado nessa corrupção, nunca possuiremos o objeto dos nossos desejos: a
verdade. Com efeito, o corpo nos suscita mil obstáculos pela necessidade que
temos de cuidar dele. Ele nos enche de desejos, de apetites, e de mil tolices,
de maneira que, com ele, impossível nos tornar ajuizados, sequer por um
instante. Mas, se não nos é possível conhecer puramente coisa alguma, enquanto
a alma nos está ligada ao corpo, das duas uma: ou jamais conheceremos a
verdade, ou só a conheceremos após a morte.
Se a alma é imaterial, tem de passar, após essa
vida, a um mundo igualmente invisível e imaterial, do mesmo modo que o corpo,
decompondo-se, volta à matéria, Muito importa, no entanto, distinguir bem a
alma pura, verdadeiramente imaterial, que se alimente, como Deus, de ciência e
pensamentos, da alma mais ou menos maculada de impurezas materiais, que a
impedem de elevar-se para o divino e a retêm nos lugares da sua estada na
Terra.

Das duas uma: ou a morte é uma destruição absoluta,
ou é passagem da alma para outro lugar. Se tudo tem de extinguir-se, a morte
será como uma dessas raras noites que passamos sem sonho e sem nenhuma
consciência de nós mesmos. Todavia, se a morte é apenas uma mudança de morada,
a passagem para o lugar onde os mortos se têm de reunir, que felicidade a de
encontrarmos lá aqueles a quem conhecemos! O meu maior prazer seria examinar de
perto os habitantes dessa outra morada e distinguir lá, como aqui, os que são dignos
dos que se julgam tais e não o são. Porém, já é tempo de nos despedirmos, eu
para morrer e vocês para viverem, disse Sócrates a seus juízes.
Segundo
Sócrates, os que viveram na Terra se reencontram após a morte e se reconhecem.
O Espiritismo nos ensina que os Espíritos continuam mantendo, no Plano
Espiritual, as mesmas relações que tinham quando encarnados.
Houvesse
Sócrates e Platão conhecido os ensinos que o Cristo difundiu quinhentos anos
mais tarde e os que agora o Espiritismo espalha, e não teriam falado de outro
modo. Os Espíritos avançados, quando trazem para a Terra as grandes verdades,
já as conheciam antes de encarnar. Sócrates, Platão e os grandes filósofos
daqueles tempos estariam mais tarde, entre aqueles que ajudariam o Cristo em
sua Divina missão. Foram escolhidos porque já compreendiam, mais do que os
outros, os seus sublimes ensinamentos.
Revista SER ESPIRITA
O EVANGELHO segundo o espiritismo
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